sábado, 24 de dezembro de 2011

"O Novo surgiu em nosso meio"

''Natal é tempo de crer que também eu posso fazer a experiência do extraordinário amor de Deus''
"Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: 'Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus-conosco'" (Mt 1,22s).

Através desta revelação, São José tomou a livre decisão de acolher a Virgem Maria, até então sob suspeita de traição ou qualquer outra realidade que naturalmente não deixava hipótese para uma intervenção direta do Espírito Santo, ao menos que lhe fosse revelado e acreditado.

De fato foi isto que aconteceu e o plano salvífico da Santíssima Trindade pôde contar com uma "manjedoura", que precedeu aquela noite bendita em Belém. Este lugar propício para o Menino Deus ser acolhido é e será sempre um coração que ousa crer na Palavra de Deus através dos meios escolhidos pela Providência Santíssima.

Foi através de um anjo do Senhor e em sonho que o patrono da Igreja pôde acolher a Boa Nova da primeira vinda do Messias, ou seja, meios extraordinários para comunicar o acontecimento imprevisto pela mente humana, a Encarnação do Verbo Divino, no seio da Virgem Maria.

Sabemos que aos olhos humanos, a Virgem Maria era considerada uma mulher comum de Nazaré e São José um carpinteiro de Nazaré, mas aos olhos do Deus Misericordioso e Todo-Poderoso, eles foram e continuam a ser mais do que os outros constatavam pelos sentidos e uma convivência superficial. E você pode estar já se perguntando o que esta face do Natal diz de mim e para mim?

Penso que para além de percebermos o testemunho que a Sagrada Escritura nos deixa do acolhimento de tantos, inclusive os pais de Jesus Cristo, a Palavra de Deus também revela o quanto que eles puderam, cada um a seu modo, participar da história da salvação. Nisto está o desafio do Natal cristão, onde somos chamados a celebrar participando, tomando consciência pela fé de que este mistério acontecido lá na Palestina a mais de 2000 anos pode e precisa ter ressonância também na nossa existência relacional.

Numa visão superficial, Jesus surgiu na vida daquele casal para negativamente desinstalá-lo. Mas não foi assim, pois o amor de Deus quando se manifesta no nosso meio é para enriquecer os nossos relacionamentos, dando um sentido extraordinário àquilo que ficaria preso ao comum e acabaria na rotina e monotonia.

Por isso que o consumismo e o materialismo tem reduzido o Natal numa data de festa puramente social, cultural e até familiar, onde a mediação central e o acontecimento esperado são realidades tanto passageiras quanto perecíveis. A comida e os presentes são bem-vindos, verdadeiro espírito natalício, quando eles não surgem para ofuscar ou distrair-nos dos sinais, como o da estrela, que nos guiam para a Luz do Mundo, Jesus Cristo.

O Natal é tempo de crer que também eu posso fazer a experiência do extraordinário amor de Deus no cotidiano dos meus relacionamentos. É tempo propício de acolher com ousadia a vontade amorosa de Deus, deixando-se que o amor nos instale no positivo da salvação que o Menino Deus veio nos revelar plenamente. É tempo de participar ou retomar o projeto que Deus tem para cada um, para os nossos relacionamentos e familiares, plano que passa pela gratuidade nos relacionamentos e reconciliação quando as pessoas próximas ou distantes nos ofendem.

O exemplo do pai adotivo de Jesus, São José, nos ajuda a acolher a Boa Nova e nela participar livremente a partir dos meios acessíveis a nós, como a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição, Igreja, o testemunho dos santos, a vida de oração e sacramental, principalmente a Santa Missa aos domingos e dias santos. Assim o Natal será sempre e a manjedoura ficará sempre habitada por não vir para incomodar, mas para revelar um amor completo e santo que nos leva a nos conhecermo-nos e nos relacionarmo-nos com uma profundidade somente alcançada n’Ele, como garante o Concílio Vaticano II:  "Na realidade, só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente o mistério do homem" (Gaudium et Spes,  n. 22).

A todos um Feliz Natal com o Cristo que deseja ser acolhido antes de tudo na "manjedoura" do nosso coração e a partir daí todo o ordinário cria espaço para o extraordinário que renova.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Bote Fé Salvador


A próxima Jornada já começou no dia 18 de setembro, quando foram acolhidos os sinais da JMJ, a cruz e o ícone de Nossa Senhora em nosso país no estado de São Paulo.
Assim como nas demais Dioceses do Brasil, a Arquidiocese de São Salvador da Bahia já está se preparando para JMJ 2013. A Cruz peregrina e o Ícone de Maria, chegarão na Diocese no dia 17/12/2011 permanecendo até o dia 19/12/2011.
NÃO FIQUE DE FORA DESTA PROGRAMAÇÃO! 

7/12: ACOLHIDA DA CRUZ E ÍCONE DE NOSSA SENHORA NA ILHA e RECÔNCAVO
  • 11h – Chegada na entrada de Salinas – Carreata pela região
  • 15h – Celebração Eucarística em Itaparica presidida pelo Bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, Dom Gilson Andrade da Silva
  • 20h – Acolhida da Cruz e Ícone de Nossa Senhora em Cruz das Almas com Celebração Eucarística presidida por D. Gilson Andrade da Silva


18/12: ACOLHIDA DA CRUZ E ÍCONE DE NOSSA SENHORA EM SALVADOR
  • 05h30 – BR 324(km 613), entrada de Valéria, com Alvorada e Carreata para o Santuário de Ir. Dulce
  • 07h30 – Caminhada do Santuário de Irmã Dulce para o Santuário do Senhor do Bonfim
  • 09h – Celebração Eucarística no Bonfim(Praça) presidida pelo Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger.
  • Após a Missa, a Cruz e o Ícone ficarão no Bonfim para visitação, até as 13h;
  • 15h – Recepção da Cruz e Ícone no Campo Grande, caminhada para a Praça Municipal, com a Banda Dominus, Ministério Alto Louvor e Frei Mário Sérgio
  • 17h – Praça Municipal – Show “BOTE FÉ”, com Eliana Ribeiro e  artistas locais
19/12: ACOLHIDA DA CRUZ E ÍCONE DE N. SENHORA EM REALIDADES ESPECIAIS:
  • FUNDAC (Tancredo Neves)
  • Penitenciária (Mata Escura)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Ele está próximo...

Estão-se completando os dias (cf. Lc 2,6) daquele bendito e santo Nascimento que reviveremos nos mistérios da Noite Santa do Natal. Torne-se nossa vigilância mais intensa e nossa oração mais confiante.

Todos os anos somos convidados a resgatar o sentido pleno do Natal de Jesus, para vivê-lo como cristãos e cristãs, fugindo à mentalidade cada vez mais paganizada de nossa época. Não nos deixemos infectar ou contaminar pelo vírus do consumismo e do materialismo. Infelizmente, antes mesmo de iniciarmos o tempo litúrgico do Advento, enfeites natalinos e a voracidade consumista invadem nossas ruas, lojas e até nossos corações. Com isso, o Natal cristão vai-se transformando em simples recordação do nascimento de nosso Salvador.

Não obstante a mentalidade semipaganizada do Natal, a festa da Criança de Belém é um dom de luz que rasga e rompe as trevas da humanidade, prisioneira do pecado, incapaz de amar. O Natal do Senhor abre-nos a uma incontida alegria, de que ninguém sai ileso. A liturgia cristã é significado de festa,  porque “Deus está conosco”. Onde há vida, há alegria. A alegria causada pela vinda do Salvador é portadora de paz e de esperança.

Diante do presépio, ficamos tomados de ternura e exultação a contemplar enlevados o mistério de vida que encerra o amor infinito de Jesus Salvador. Por isso, vamos às pressas a Belém para ver o recém-nascido deitado na manjedoura (cf. Lc 2,15-16). Não fiquemos trancados em casa, prisioneiros de nossas trevas e negativismos. Vamos! Guiados pela Estrela, vamos com o coração alegre e feliz! Lá há uma Luz resplandecente que nos faz transcender o que vemos com os olhos da carne. Sim, os olhos da mente abrem os caminhos do coração, que permitem apreender e acolher a Verdade que nos liberta de todo mal. A Luz de Belém empenhar-nos-á em viver na liberdade e na dignidade de filhos e filhas de Deus. Fará com que abandonemos a noite do pecado, abrindo-nos para a graça da Vida nova, iluminados pela “Luz verdadeira, que vindo ao mundo, a todos ilumina” (Jo 1,9). A alegria completa nasce da Luz que resplandece num coração transparente, que não teme a escuridão da falsidade. Não se trata de uma alegria frenética causada pela droga, pelos paraísos artificiais e enganosos, pela embriaguez momentânea... Trata-se da embriaguez do Espírito que regenera e renova, trazendo paz e serenidade ao coração humano.

Estamos bem próximos da chegada do Deus Menino. Ninguém falte ao encontro marcado com Ele. A incomensurável distância percorrida por Deus para chegar até nós é razão suficiente para corrermos ao Seu encontro e sentirmos “que coisa é o ser humano, para dele te lembrares e o visitares” (Sl 8,5).

Na proximidade do Natal, não há motivo para angústias e temores. Fazendo espaço para Jesus nascer, o Natal será ocasião única para um encontro vivo, amigo e pessoal com Ele. Acolhamos Jesus Cristo, “concebido por obra do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria”. Acolher o Filho de Maria significa mostrá-Lo vivo, transparente em nós, visibilizando em nosso jeito de ser a Sua amabilidade, a Sua ternura, a Sua bondade e o Seu amor.